Muitos amigos me perguntam: "Porque que não temos mais músicas de qualidade?", ou " Por que as músicas de antigamente eram melhores?"
O fato é que, nos anos 40/50/60/70/80/90's, existia uma dificuldade enorme em se adquirir um LP ou uma "vitrola". Era um equipamento pra poucos. Quem não se lembra daquele armário na casa, que ocupava metade da sala e parecia um caixão, ou algo do tipo?
Então chegamos a conclusão que 80% , ou mais, da população não tinha nenhuma condição de comprar um equipamento desses, e as empresas fonográficas investiam em artistas para um público mais sofisticado. Existiam programas de televisão para atender esse público, que queria ouvir música mas não tinha acesso. Programas como o Chacrinha, Bolinha... e outros que desfilavam bundas e rimas fáceis, confortavam uma população menos favorecida (Hoje temos Faustão, Melhor do Brasil..etc).
Com a digitalização do áudio (CD), os processos se tornaram mais simples para gravação, e então surge a pirataria. Um mar de CDs baratos, aparelhos asiáticos de custo baixíssimo e qualidade duvidosa, propiciaram a escalada de consumo de artistas populares. A facilidade ao crédito também foi um agravante para aquisição de equipamentos de som pela população mais simples.
O que vemos, então, é que a industria fonográfica observou esse enorme nicho mercadológico inexplorado, e enfatizou a divulgação de músicas com rimas mais superficiais e arranjos simplórios para um enorme público consumidor que teria dificuldade de absorver algo mais rebuscado.
Reparem que em países que sempre possuíram nível cultural e financeiro elevados, continua-se lançando artistas com qualidade, pois lá sempre o mercado teve que atender a necessidade de um público mais culto (Ex. Inglaterra).
Com a onda do financiamento, vemos um desfile de carros modificados ( a maioria de um mal gosto tremendo), executando músicas de nível questionável, ás vezes vulgar, com um volume estrondoso. Demonstrando que ao invés do indivíduo ter vergonha, ele tem muito orgulho de ouvir músicas que necessitam de um raciocínio de lesma para entender a malandragem da letra, ou o arranjo extremamente infantil.
Mas nas verdade o que vemos é a demonstração de um país que não enxerga a cultura como algo importante. Os movimentos culturais, muitas vezes, beiram o ridículo. Ou serve para mostrar algo já conhecido e batido, ou serve para tentar manter aventureiros culturais, longe de suas realidades escolhidas pelo dinheiro.
Com a acensão dos novos ricos, agora possuímos indivíduos sem cultura, em diversos planos sócio-econômicos.
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